
Nos últimos anos, o tráfego sobre os Alpes, mas especialmente pelos túneis dos Alpes, aumentou enormemente. Nas estradas à frente dos túneis que passam pelos Alpes como, por exemplo, o São Gotardo, acumulam-se cada vez mais caminhões, com as consequentes emissões de ruído e gases de escape mais altas para a população das regiões afetadas.
O problema principal reside no aumento do tráfego de mercadorias entre a Europa do Norte e do Sul. No âmbito de acordos bilaterais com a União Europeia (UE) foi negociado um Acordo sobre Transportes Terrestres que, como objetivo primário, visa transferir o tráfego de mercadorias da estrada para a ferrovia. O Acordo consiste em um compromisso entre os interesses do Governo Suíço e os objetivos da União Europeia.
Atualmente só dificilmente se pode avaliar se esta política resultará em uma transferência notável das mercadorias da estrada para a ferrovia. O fato de se tratar de um processo problemático é evidenciado pelo passado recente: muitas empresas transportadoras continuam preferindo sujeitar-se aos tempos de espera de várias horas em frente dos túneis dos Alpes, do que recorrer às ferrovias.
No entanto, o trabalho torna-se cada vez mais duro para os caminhoneiros: desde a reabertura do Túnel de São Gotardo depois de um incêndio em outubro de 2001, os caminhões já não podem circular em ambos os sentidos, o que provoca longos tempos de espera. Muitos caminhoneiros, pagos ao quilómetro percorrido e não pelas horas ao volante, ultrapassam frequente e maciçamente o tempo de trabalho legalmente imposto de, no máximo, 46 horas por semana, o que por sua vez prejudica a segurança.
Além dos caminhões, as conexões Norte-Sul são também usadas fortemente por veículos particulares. Especialmente na época de férias e em fins-de-semana de ponte (Páscoa e Pentecostes), muitas pessoas sedentas de sol viajam em direção ao sul.
Para dominar o problema do tráfego de pessoas e mercadorias pelos Alpes, os países de trânsito, como a França, a Áustria e a Suíça, têm que colaborar. A transposição do tráfego após os incêndios nos túneis São Gotardo e Monte Blanco mostra o quão as rotas de trânsito se influenciam mutuamente.